segunda-feira, 11 de julho de 2011

Segurança Pública: Ceará reduz assassinatos em 13,5% neste ano

Seis meses após assumir a máquina da Segurança Pública do Ceará, o coronel PM Francisco José Bezerra tem o que comemorar. Embora que ainda tímidos, os índices dos assassinatos começaram a cair em todo o Estado e, em especial, na Região Metropolitana de Fortaleza. O declínio dos registros de crimes contra a vida está na ordem de 13,5 por cento em comparação a igual período de 2010.
Na direção inversa, mas de forma positiva, os índices de apreensões de armas de fogo aumentaram 47 por cento. De janeiro a junho do ano passado, foram 1.725 armas confiscadas pelas polícias Civil e Militar. Em 2011, já são 2.531.
Mudanças
Ao assumir o cargo, no começo deste ano, Bezerra, que no governo anterior foi o chefe da Casa Militar, recebeu do governador reeleito Cid Gomes a incumbência de baixar os números estratosféricos de homicídios, especialmente os com características de execuções sumárias. Eles foram a ´eterna dor de cabeça´ do antecessor de Bezerra, o delegado federal aposentado Roberto Monteiro.
Logo nos primeiros dias à frente da SSPDS, Bezerra revogou uma ordem de Monteiro e determinou que fosse, imediatamente, remontado o Serviço Reservado do Comando-Geral da Polícia Militar e, ainda, aumentou o efetivo da Coordenadoria Integrada de Inteligência, órgão ligado diretamente ao seu gabinete. A ordem é atuar com Inteligência para prender assassinos e, assim, acabar com a sensação de impunidade que estimulava os homicidas.
Com a retomada dos setores de Inteligência nas companhias e batalhões da PM, os assassinatos começaram a cair. E aqueles que eram praticados, seus autores rapidamente identificados ou mesmo presos em flagrante.
Números
Segundo os registros da SSPDS, fornecidos à Reportagem na semana passada, na Grande Fortaleza a redução dos homicídios foi de, em números precisos, 12,95 por cento na Grande Fortaleza (Capital e municípios metropolitanos). Especificamente na RMF, a queda foi de 33,64 e, no Interior, 13,43 por cento.
Bezerra luta agora em duas frentes. Na administrativa, busca solucionar a insatisfação que toma corpo dentro da Polícia Civil, diante da greve que foi deflagrada no último dia 2, mas que acabou sendo considerada ilegal pela Justiça.
Na operacional, organiza estratégias junto com o comandante geral da PM, coronel Werisleik Ponte Matias, e com os oficiais da Coin para conter o avanço de assaltos contra agências e postos bancários no Interior. Neste ano, já foram 11 casos em que cidades de pequeno e médio porte sofreram nas mãos de quadrilhas possuidoras de armas de grosso calibre e até explosivos, como dinamite.
Grupo
Com exclusividade, Bezerra revelou ao Diário do Nordeste que irá colocar em prática uma nova estratégia para reprimir a ação dos assaltantes de banco no Interior. Há duas semanas, foi criado o Comando Tático Rural, batizado de Cotar. Com características semelhantes ao Cotam (Comando Tático Motorizado), o novo grupo de elite pertence ao efetivo do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) e vai contar, inicialmente, com um efetivo de 48 homens, especialmente treinados para o embate com os criminosos.
"São policiais que estarão bem treinados e fortemente armados. Eles irão para o enfrentamento", avisa Bezerra. Ainda, segundo ele, o grupo iniciará nesta segunda-feira (11) o treinamento dentro do Batalhão de Polícia de Choque e contará com oito viaturas (modelo Hilux) já encomendadas pelo Governo e que serão recebidas em até 40 dias.
"Esse pessoal vai trabalhar nas áreas mais sensíveis do Estado, onde há os registros dos assaltos a bancos", completa o secretário. Cada equipe será chefiada por um oficial. Serão quatro grupamentos que irão para o Interior com a missão de, segundo Bezerra, "bater de frente´ com a bandidagem. "Eles usarão armamento pesado e vão contar com o apoio de helicópteros da Ciopaer na caça aos assaltantes", afirmou.
Drogas
Retornando ao assunto dos homicídios, Bezerra explica que um dos trabalhos dos setores de inteligência está voltado para a localização e prisão de traficantes de drogas, isso porque, segundo ele, "de 99 por cento dos crimes de execução sumária o tráfico de drogas está por trás" Ele ressalta que as apreensões de entorpecentes estão aumentando e que, em breve, haverá outras ainda maiores.
Fonte: Diário do Nordeste

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